terça-feira, 17 de novembro de 2009

O QUE LEVAMOS NA VIDA

Somos parte de um todo que nos cala ante a imensidão de Si mesmo. Somos inseparáveis desse todo que nos comporta. E mesmo assim, apesar de nunca estarmos sós, a solidão nos assola.
Esse Todo nos ensina a buscar a felicidade no amor e dedicação a pequenas coisas da vida, como tomar consciência de si mesmo e saber que ser é infinitamente menor que o ser que te comporta.
Quando sentimos em nós vibrar a Energia da Vida, compreendemos que já somos tão sozinhos e que as nossas escolhas não dependem tanto do que escolhemos, mas de como nos colocamos quando escolhemos.
Entendemos que a nossa imperfeição encerra em si a Perfeição que se exaspera em uma ligação entre nós e o Todo que nos comporta.
Começamos a entender que não somos tão diferentes de nosso semelhante, o nosso próximo e sim somos ligados a ele por uma Energia que transcende a nós mesmos.
Já não procuramos significado para existir. Apenas existimos e deixamos que o Universo ou a Energia que está em tudo e em todos, aja por Si mesmo em nós, e de acordo com nossos sentimentos, nos traga como um imã aquilo que almejamos. É preciso se sentir feliz para ter felicidade. É preciso se sentir próspero para ter prosperidade. É preciso se sentir rico para riqueza. E não o contrário, pois o contrário é incapaz de nos fazer sentir UNO com o Todo. Primeiro fazemos depois entendemos. Primeiro sentimos depois somos.
Para ser amado é preciso amar primeiro sem esperar nada em troca. É preciso entender que a nossa individualidade quando colocada em contato com outra individualidade, troca um pouco de si mesmo com outro. Fazendo de nós e do outro uma parte inseparável, para sempre. NÃO TEMOS COMO DEVOLVER AO OUTRO O QUE ELE NOS DEU, E NEM O OUTRO TEM COMO NOS DEVOLVER AQUILO QUE NOS FOI DADO.
O amor, independente de suas inúmeras formas de amar jamais deixa de existir. Ele permanece para sempre em ambos, mas com o tempo, amadurece e já não exige tanto do outro para ser parte dele.
O amor é eterno, o que perece é a egolatria existente em nosso eterno individualismo, quando deixamos o outro querendo mais de nós mesmos e do outro que deixamos.
A perda de um amor pode ser sentida eternamente, mas cada dia, esse sentir fica diferente, até que já não sabemos se sentimos falta do ser amado ou orgulho ferido. Dor-de-cotovelo.
Para ser humano é necessário sentir o triunfo e a derrota, eternos impostores, como algo real que nos atinge, senão seremos seres que já transcenderam as esferas celestiais. Já não seremos humanos. Seremos homens e mulheres que estão além do nosso tempo, além do nosso sentir, pois já não sentem, conseguem encarar ambos os impostores como algo corriqueiro da vida. Do viver.
Seremos um espanto para todos que nos cercam. Seremos como loucos em nossa natureza que já não sente o triunfo e derrota como algo real e palpável, mas sim como percalços de uma vida repleta deles.
Seremos pessoas que entendem a lei da ação e reação sem revolta. Sem espanto. Seremos como pessoas que vivem um dia de cada vez, deixando para trás o passado que nunca é o mesmo, pois nossas memórias vão sendo substituídas com tempo, na medida em que se apagam no nosso cérebro. Seremos pessoas que vivem o amanhã hoje, pois ele (o hoje no amanhã) é a prévia das realizações futuras, como diria Einstein.
Seremos eternamente jovens, pois já não preocupamos com o amanhã, o deixamos com suas próprias preocupações e vivemos no presente, no hoje, que é tudo que nós temos.
Tornaremos-nos jovens eternamente, pois para nós não existe nada que nos impeça de chegar onde queremos, pois o que queremos e desejamos, nos é dado no hoje quando o vivemos.
Seremos aqueles que jamais envelhecem e que trazem nos olhos o brilho da felicidade eterna, pois vivemos e sentimos a felicidade e dessa forma somos felicidade.
Seremos aqueles capazes de transformar tudo no que tocamos em ouro puro, pois sentimos que somos riqueza e essa riqueza vem até nós como um imã. Se temos dinheiro, mas não sentimos a riqueza que temos, podemos ser o mais rico dos mortais, mas seremos o mais pobre dos homens, pois seremos incapazes de dividir com o outro a riqueza que nos cerca. Pois não a sentimos e se não sentimos, na verdade, não a temos.
Nós temos aquilo que em nós se encontra. Nós temos a vida que levamos e é tudo que levamos da vida, portanto se temos dinheiro mas somos incapazes de sentir a riqueza e a prosperidade em nós, nosso dinheiro será o mesmo que nada, pois levamos da vida, aquilo que somos e trazemos em nós.

Shirlei Amaro Avena Weisz