sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Matrix: a realidade e o mundo do faz de conta – perigo real: o caso da morte no mundo virtual e o casamento real com um ser virtual, no Japão.

O mundo vive hoje em uma Era de caos e medo. Não só pela recessão econômica mundial, mas também porque começamos a nos dar conta de que vivemos em um período, onde valores básicos como amor a vida, dignidade e respeito são cada vez mais raros.

O ser humano se tranca em seu mundo interior, pensando que sozinho, em uma ilha de solidão, ele pode viver em paz. E com isso, começam a surgir crimes no mundo do faz de conta com reflexo no mundo real ou casamentos no mundo real com pessoas do mundo do faz de conta.

Você pode pensar que eu estou “voando na maionese” como diziam antigamente, mas infelizmente não estou. Coincidentemente, os dois fatos acima, ocorreram no Japão:

No primeiro caso os avatares da mulher e da vítima se casaram no mundo virtual, em um jogo conhecido como Maplestory.

Acontece que o marido virtual resolveu se separar virtualmente da sua mulher nesse mundo do faz de conta, só que seu avatar foi “morto” por ela.

Bem, o dono do alter ego virtual, de 33 anos, acionou a polícia. E a dona do “alter ego” assassino, foi presa.

Segundo a polícia, apesar de a mulher não ter cometido qualquer agressão física contra sua vítima no mundo real, ela deverá ser indiciada por acessar ilegalmente um computador e manipular dados, pois, para matar a “vítima” no jogo Maplestory, a mulher roubou a senha do marido virtual. E pasmem, por causa disso, ela estará sujeita, se condenada, a uma pena de até cinco anos de prisão ou a uma multa de até cerca de R$ 12 mil.

Quem dera que aqui no Brasil, alguns homicidas ficassem tanto tempo na cadeia e tivessem uma facada tão grande no bolso, talvez crimes reais diminuíssem consideravelmente.

Em relação ao segundo caso, Taichi Takashita, japonês, residente no Japão, resolveu fazer uma campanha, lá nas terras do sol nascente, para poder se casar no mundo real com uma personagem dos famosos Mangá japonês.

Segundo Taichi, “ele não está mais interessado na terceira dimensão e vive muito melhor na segunda”. O problema é que como ele, pensam milhares de pessoas na terra do sol nascente!!

Fico pensando o que está acontecendo com mundo hoje? Será que viver no mundo da fantasia seja a solução para enfrentar os problemas do mundo real ou será que na verdade, o mundo real hoje está tão assustador que é melhor fugir dele ficando entre quatro paredes do que resolver enfrentá-lo?

Será que pessoas de carne e osso são incapazes de nos provocar emoções que nos façam querer estar, viver e casar com elas e por isso, só nos reste pedir ao governo que permita que nos casemos com seres virtuais no mundo real?

Será que realmente é melhor passar os dias trancados em nossas casas vivendo em mundo como o maplespace ou o second life e esquecendo que somos bem mais que avatares sem sangue nas veias?

Acredito que precisamos começar a cuidar de nossas almas se quisermos evitar que muito em breve, vivamos em uma Matrix de verdade, como aquela do filme, onde o mundo real é um caos horrendo e o virtual uma fuga quase que necessária.

Artigo publicado pela blogueira no O Globo On Line em 31/10/2008.


domingo, 12 de outubro de 2008

A LUTA PELA ESPERANÇA

Enquanto o mundo atravessa a pior crise financeira dos últimos tempos, passa pela minha memória um filme que se passa na época da Grande Depressão de 1929, chamado “A Luta pela Esperança”.
O filme é inspirado na vida do lendário Jim Braddock, antigo prodígio do boxe obrigado a se aposentar prematuramente depois de uma série de derrotas no ringue, quem o interpreta com grande maestria é Russell Crowe.
Quando os EUA entram nos anos negros da Grande Depressão, Braddock se vê obrigado a fazer bicos para sobreviver, mas sem jamais perder a esperança de voltar aos ringues. Um dia ele tem a oportunidade que esperava. Retorna aos ringues. E mais do que um pugilista se torna um símbolo para aqueles que lutam pela sobrevivência em meio ao caos econômico e social que se alastrava.
Braddock consegue o cinturão mundial, mas o que o movia naquela luta , não era ganhar o cinturão e sim poder manter a sua família em momento tão conturbado da história.
Hoje, fico pensando em quantos Braddocks devem existir no mundo, em meio a atual crise econômica, mas que ainda não foram revelados: só o tempo será capaz de trazer ao nosso conhecimento, o nome daqueles que hoje, “lutam pela esperança” de conseguir levar para casa o pão-nosso de cada dia, não tendo como fim o “cinturão da vitória”, mas sim que o caminho que os levam ao cinturão, consiga trazer luz e esperança para sua família e tantos outros, que tanto carecem de uma luz no final do túnel.