quinta-feira, 6 de maio de 2010

Andei por Jerusalém

Andei pela cidade velha de Jerusalém, procurando absorver a atmosfera do lugar. Um lugar que parecia de paz, mas lá no fundo havia um conflito de povos e crenças mantido calado, pela força do exército e da população.
O Santo Sepulcro sequer se parecia com a descrição do local onde Jesus fora enterrado. Não havia pedra rolada. Só lugar escuro, com uma entrada pequena e um padre ortodoxo na porta, isso tudo, dentro de uma Igreja lúgubre
Entrei, e mal fiquei. Deu-me sensação de sufocamento...além é claro de estar no lugar errado. Jesus não foi enterrado lá. Todos sabem que a esposa de um rei escolheu os lugares santos, com a ajuda de um padre.
Jesus pode ter sido enterrado em qualquer lugar da cidade...lembro das cavernas de Qmram, onde se enterravam textos sagrados, já que o nome Divino, segundo os judeus e os primeiros cristãos, deveria ser enterrado em lugar especial e próprio. Textos cuja veracidade sempre foi contestada.
Olhei para os buracos na montanha e fiquei imaginando o porquê de tudo isso? É só um nome. De um Deus, mas um nome.
Nunca foi provada a veracidade dos livros sagrados tampouco a existência de Deus. É questão de fé. De dogma.
Eu, de minha parte, creio no Deus que fez os homens, mas jamais no Deus que os homens fizeram: separatista, cheio de Ira e cólera...Depois Ele volta como um cordeiro manso. Incapaz de abrir os lábios para se defender de acusações fúteis...foi morto crucificado entre dois marginais. Rasgaram suas vestes. Escarneceram de sua dor, segundo se conta ressuscitou ou o corpo foi roubado..Como eu não estava lá, para mim tanto faz. O importante é a mensagem que ele deixou. É a verdade e doçura que provinha de suas palavras. Deus ou não, ele dividiu o mundo em dois. E depois Dele, ninguém foi mais o mesmo.
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