quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Adeus ano velho – Feliz ano novo?

O ano de 2008 não vai deixar saudades: o mundo, cada vez mais violento e vítima do caos climático, ainda teve que lutar contra a crises econômicas que abalaram e agravaram mais e mais a situação – a crise dos alimentos e a crise econômica global que afetou bolsas de valores por todo planeta e levou os EUA à bancarrota.
Em Dafur, no oeste do Sudão, a população empobrecida e esfomeada, reza por um Messias que jamais chega, em meio ao caos de uma sangrenta guerra que parece não ter hora para acabar. Enquanto isso, no Oriente Médio, Israelenses e Palestinos continuam sua saga de sangue e mortes: parece que o mundo não busca o caminho da paz!
A guerra, é mais lucrativa e dá IBOPE...ao menos essa é a impressão que passa, para aqueles que vão “zapeando” pelos canais de TV de todo mundo, e só vêem tragédias por toda parte.
Em 2008, antes do espetáculo dos Jogos Olímpicos que a China ofereceu ao mundo, vimos à China do filho único, ser esfacelada por grandes terremotos.
A ferida no povo chinês foi grande, mas nem por isso, esse mesmo povo deixou de nos brindar com um show jamais visto, no início dos jogos olímpicos: realmente, foi um espetáculo de luz e cores. Um espetáculo assombroso de magia e luz aos olhos do mundo boquiaberto!
Aqui no Brasil, fomos surpreendidos de muitas formas: a natureza nos assaltou tremendamente esse ano, levando tremor de terra onde antes não havia: São Paulo tremeu de repente e muitos ficaram assustados.
No sul do nosso país, a chuva carregou esperanças, sonhos, casas, vidas e não deu trégua, mesmo diante de tanta dor e sofrimento.
Aliás, as chuvas destruíram parte do sudeste também - os moradores de Minas Gerais e de Campos que o digam – e o ano de 2009 parece estar tão distante, apesar de faltar poucos dias para seu começo.
Com ele, segundo os especialistas, não virá à bonança. A crise econômica perdurará por um bom tempo, sendo que ao que tudo indica as bolsas de valores só se recuperaram no segundo semestre. Além disso, muitos brasileiros já começarão o ano sem trabalho e muitas empresas, outrora sólidas, já deixaram de existir.
O que será do amanhã? O que será das crianças do mundo? Justo elas que mais sofrem com a guerra e com as perdas...Justo elas que eram para estarem vivendo “no mundo da fantasia” e são obrigadas a compartilhar com os adultos todas essas tragédias.
Sabe, o mundo está doente. E a causa somos nós que perdemos os rumos de nossos passos: mesmo alertados com décadas de antecipação sobre os efeitos do clima, nos calamos e esperamos que outros tomassem providência. Mesmo sabendo e vendo as guerras que sempre fizeram parte de nossa história – o Oriente Médio, por exemplo, sempre foi um barril de pólvora – jamais fizemos alguma coisa para apagar o pavio desse barril: sempre relegamos aos governantes do mundo esse papel.
Olvidamos-nos que a História é construída por nós: através dos nos passos, dos nossos gestos.
Ficar impassível diante da televisão e criticando, não muda o mundo. O que muda é fazer a nossa parte. Pois quando somos tudo aquilo que podemos ser. Quando fazemos tudo o que está ao nosso alcance por aquele que sofre, trazemos luz em meio à escuridão.
Ou como diria o Poeta Fernando Antonio Nogueira Pessoa, "sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive." Em outras palavras, o mundo é um grande lago, que precisa dessa lua que brilha (que podemos ser cada um de nós ) para que ele viva eternamente.

SHIRLEI AMARO AVENA WEISZ, especialista em Direito econômico pela PUC/RJ, advogada e professora universitária.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

UMA LUZ NA ESCURIDÃO.

Que país é esse meu Deus, onde roubam flagelados? Incompreensível ver meus conterrâneos que perderam tudo, menos a vida, sendo furtados no momento de sua dor, por soldados fardados e por gente da nossa própria terra!
Incompreensível entender como é possível um ser humano ser capaz de se “voluntariar” com o suposto intuito de fazer a diferença na vida daqueles que sofrem a perda de suas casas, de suas lembranças de família ( como fotos e outras coisas irrecuperáveis), de parentes que morreram soterrados e a única diferença que fizeram foi a de lesarem mais ainda, essas pessoas que já perderam tanto.
Em Blumenau, minha terra natal, um homem “vai às compras” no local organizado para separar às doações aos desabrigados e pego em flagrante pela câmera escondida por repórteres de uma rede de televisão, admite que levou algo para sua casa: algo que os desabrigados não têm e ele têm.
Que país é esse onde até soldados do exército participam de tal atrocidade? Justo eles que foram enviados para lá, recebendo dos cofres públicos, para “salvar vidas e ajudar pessoas”?
A minha revolta foi amenizada pela história de um conterrâneo, cuja neta encontrou vinte mil reais no bolso do casaco que ele recebeu como doação: ele fez questão de descobrir de onde tinha vindo àquele casaco, ir até a casa da doadora do mesmo e devolver o dinheiro!
Nesse momento eu pensei que o mundo ainda tinha salvação, afinal, ainda existem pessoas honestas mesmo em meio ao caos: justo ele que perdeu tudo, preferiu não ficar com o que não lhe pertencia, ao contrário daqueles que se “voluntariaram para ajudar” e resolveram “pegar algum para si”, mesmo sabendo que aquelas doações eram destinadas à outros.
Em dezembro, existem duas festas religiosas comemoradas, uma por cristãos e outra por judeus: a dos cristãos é o Natal e a do Judeus é o Chanuká e ambas tem o mesmo significado, que é o de trazer à luz de Deus para as nossas casas, para os nossos lares.
Os cristãos comemoram a vinda de Jesus ao mundo. A vinda da luz divina ao mundo. Luz esta que deve estar presente no coração de cada cristão, não só nessa época, mas durante todo ano, segundo alguns sacerdotes.
Os judeus comemoram a “festa das luzes” quando se deve acender a Menorá, simbolizando a cada dia, que se acende uma vela da mesma, a entrada da luz de Deus em e suas casas em suas vidas! Luz esta que deve iluminar seus corações durante todos os dias de suas vidas, segundo os ensinamentos da Lei Mosaica.
Será mera coincidência ? Ambas as religiões dizerem a mesma coisa? Eu não acredito em coincidências, mas acredito que o gesto daquele senhor em devolver soma tão significativa de dinheiro ao seu verdadeiro dono, enquanto todos nós horrorizados, assistíamos pela TV o saque de nossas doações, não foi algo sem qualquer significado: mero acaso ou coincidência.
Acredito que este gesto de caráter e honradez em meio ao caos, signifique que ainda que exista o mal no mundo e pessoas que insistam em seguir por este caminho, também existem pessoas honestas, boas e que agem pelo caminho do bem.
Esse homem para mim foi à luz na escuridão e me fez ver com seu gesto que apesar de toda torpeza que vimos pela TV, devemos continuar enviando donativos: porque lá naqueles abrigos, há muitas pessoas como ele, que precisam de nós. Precisam da luz que podemos trazer ao mundo com o nosso gesto de amor. Amor este, capaz de iluminar a vida de todos.

Shirlei Amaro Avena Weisz é advogada e professora Universitária

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Greve do Judiciário

A greve da Justiça do Estado do Rio de Janeiro: Até quando?

Há mais de um mês, o funcionalismo público da Justiça do Estado do Rio de Janeiro, encontra-se paralisado à espera de um minguado aumento de pouco mais de 7%. Aumento este que foi "bandeira" de campanha do governador Sérgio Cabral Filho, e que, até o presente momento, não foi concedido.

Enquanto isso, nós advogados que dependemos já de uma justiça, em dias normais, morosa, estamos impossibilitados de prestar um serviço célere e digno aos nossos clientes, além de ficarmos angustiados com o futuro incerto de muitos que dependem há vários dias de uma decisão judicial sobre problemas graves, como recusa de exames por parte de planos de saúde - recusa esta que pode custar à vida do jurisdicionado. Ou ainda, tutelas antecipadas que desde o início da greve, ainda não foram apreciadas, porque simplesmente quem decide o que é sério ou o que não é sério, são os funcionários dos distribuidores de alguns fóruns do Rio, que estão distribuíndo apenas as tutelas que eles consideram urgentes.

Pergunta-se: qual o critério? Nossos clientes acreditam que suas causas merecem ser ouvidas de forma célere, seus problemas (para eles) são sempre os mais sérios do mundo, e nós advogados que administremos o que o senhor Governador faz vista grossa há mais de um mês!

A causa do serventuário da Justiça do Tribunal do Estado do Rio de Janeiro é mais que justa, afinal, estão sem aumento há mais de dez anos, enquanto tudo neste país aumenta de forma vertiginosa, principalmente luz e telefone.

Agora, o que não é possível, é que essa situação permaneça por mais tempo, por total inércia do governo do Estado em cumprir promessa de campanha, que, diga-se de passagem, ajudou e muito a eleger o senhor Sérgio Cabral como governador.

Lamentávelmente, o Rio de Janeiro sofre com seus governantes, inclusive, Eduardo Paes, eleito prefeito do Rio, que antes mesmo de assumir a vaga, já conseguiu descumprir diversas promessas de campanha.

Inclusive a indicação da deputada Jandira Feghali, pelo futuro prefeito, para pasta da Cultura é algo bastante curiosa, já que a mesma é médica e ficaria bem mais à vontade na pasta da Saúde.

Além disso, a presença da mesma na nova prefeitura pode ser considerada uma afronta ao apoio da Igreja Católica ao então candidato, Eduardo Paes, já que a mesma se recusava a apoiar Fernando Gabeira pelas razões mais espúrias, incluindo o fato do apoio do mesmo a causa homossexual.

Só que, como todos sabemos, Jandira é favor do aborto, algo que em eleições anteriores, levou membro do clero da Igreja à cadeia, porque ela se sentiu ofendida pelo fato de durante uma homília na missa de domingo, o mesmo aconselhar aos fies a não votar em quem era à favor de tal prática.

A verdade é que o Rio de Janeiro está jogado às traças. Nosso governador parece não enxergar o sofrimento dos jurisdicionados da Justiça e prefere continuar descumprindo com sua palavra.

O que mais assusta é o futuro prefeito caminhar pela mesma estrada, mentiras sobre mentiras.

Enquanto isso, pergunto: o sofrimento do povo como fica? O que nós advogados podemos dizer aos nossos clientes que dependem da justiça para fazer valer os seus direitos e viver em paz?

Artigo de Shirlei Amaro Avena Weisz, advogada e professora de Direito - O Globo, publicada em 14/11/2008 às 17h38m.

sábado, 8 de novembro de 2008

A Ìndia do Século XXI e o sistema de castas

A índia, assim como o Brasil, é um país que está crescendo economicamente: o que não significa que está diminuindo as desigualdades existentes – sociais, econômicas e culturais.

A situação neste país é bastante alarmante, primeiro por causa do sistema de castas que condena o indivíduo a viver e morrer na casta em que nasceu: ficar rico neste caso é quase impossível, senão quando muito uma heresia a ser apenada.

A religião e a vida estão intrinsecamente misturadas neste país que faz fronteira com o Paquistão, e que vire mexe, faz o mundo tremer nas bases.

Essa mistura faz com que, na Índia nos deparemos com casos para lá de insólitos, como o casamento de uma menina obrigada a casar com um cachorro, com a finalidade de afastar os maus espíritos que a perseguiam, ou a morte de um rapaz porque ousou falar com alguém de uma casta “superior”.

Além disso, os contrates existentes na Índia, que hoje ousa caminhar para ser considerado um dos lugares mais ricos do planeta, é gritante, afinal, a mesma índia que é um dos maiores exportadores bovinos do mundo, também é um dos países mais castigados pela fome..

A razão para tamanho disparate encontra eco na própria religiosidade nacional indiana: a índia respira religião por todos os cantos e os bovinos, por causa dessa religiosidade, não fazem parte da dieta da população, pois a mesma é vegetariana convicta.

Evidentemente que a prática de uma alimentação vegetariana, além de saudável, é mais condizente com o amor e o respeito que devemos ter por todas as criaturas vivas. Afinal, ao comer um animal, estamos na verdade nos alimentando do cadáver deste. E isso, quando refletido e entendido, não cai muito bem na cabeça de ninguém.

O que é preocupante na índia do século XXI e deve ser combatido se ela quiser crescer em termos sociais na mesma proporção em que cresce tanto econômica quanto tecnologicamente, é o sistema de castas.

Pois a divisão em castas impede que exista enriquecimento de parte da população, que por razões religiosas sem qualquer fundamento científico, se vê presa a ser eternamente pobre e miserável. Esse sistema, lamentavelmente, condena a Índia a um ciclo eteno de desigualdades e fome.

Todos os dias, filas enormes se formam pelas ruas do país, formadas por indivíduos famintos em busca de uma porção de comida, e isso, além de desumano, fere a carta de Direitos Humanos da ONU, que este ano faz 60 anos.

Só o fato de existir uma carta que digam quais são os direitos do homem, já mostra o grau de aberração da própria humanidade: será que nós não sabemos como devemos conviver e tratar os nossos semelhantes a ponto de ser necessária uma carta que nos diga isso?

Mas a resposta a essa indagação é clara quando vemos a fome que impera em regiões como a índia, assim como o absurdo de alguns se sentirem “superiores” a outros, seja por questões de castas como na Índia, ou por outras razões religiosas, políticas e culturais.

O ser humano precisa aprender urgentemente que não passa de um minúsculo ponto no Universo e que assim como “do pó veio ao pó voltará”. Somos nada. Somos apenas animais mamíferos que em algum momento foram chamados de humanos. Ou será que somos desumanos?

Shirlei Amaro Avena Weisz é advogada e professora universitária de direito

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Barack Obama Presidente: a viagem de Rosa Parks finalmente chegou ao fim depois de 50 anos!

Parece que estou assistindo Monteiro Lobato sair do papel e se tornar realidade: temos um presidente negro, em uma das maiores potências do mundo.

Mather Luther King tinha um sonho, um sonho que todos se permitiram sonhar nesse momento histórico da Política Americana e por que não dizer, do nosso planeta Terra.

Essas eleições significam bem mais do que a chegada, novamente, depois de dois mandatos consecutivos de um republicano, de um Democrata à casa branca: é a vitória da tolerância sobre a intolerância, do racismo sobre a certeza de que somos apenas Humanos.

A cor de nossa pele não nos torna melhores ou piores. Somos todos filhos da mesma Criação e oriundos do mesmo Criador. Sangramos, sorrimos e nos alegramos.

Não me recordo há quanto tempo que não brotava lágrimas de emoção em meus olhos, por motivos políticos: mas a vitória de Barack Obama me levou às lágrimas. Porque com ele, naquele palanque, estavam representados anos de luta de um povo oprimido.

Estavam naquele palanque todos os líderes pela igualdade racial: ali, estava Rosa Parks, sua viagem de ônibus havia chegado ao fim, depois de cinqüenta anos!

Para quem não conhece a história, a costureira estava voltando cansada do trabalho quando um homem branco tentou expulsá-la do assento porque ela era negra.

Mas ela, não abaixou a cabeça. Ela se impôs e iniciou ali, uma jornada de luta pela igualdade do negro nos EUA. Igualdade esta, que ontem foi coroada com a vitória de Barack Obama para Presidente da maior potência do mundo.

O mundo hoje está com certeza diferente. E o sonho de Mather Luther King está mais perto, talvez, de se tornar realidade.

Pois o que se viu ontem e hoje pela TV é o sonho de cada um de nós: por um mundo onde a igualdade do homem esteja à cima de qualquer preconceito. E onde lágrimas sejam vertidas do rosto, por assistir a história pela TV.

A história de muitos representada na eleição de um presidente negro!

Que Deus ilumine os passos de Barack Obama, para que ele possa integrar e não separar. Buscar o entendimento e não à guerra. Trazer paz e trabalhar para que o nosso amanhã seja melhor do que o nosso hoje.

Shirlei Amaro Avena Weisz é advogada e professora de Direito

Publicado no O Globo On line na coluna de Política Internacional em 05/11/2008

domingo, 2 de novembro de 2008

O MUNDO PEDE SOCORRO!!!

O Século XXI iniciou para alguns há oitos anos, para outros há sete anos, mas a verdade é que desde então, embarcamos em um pesadelo sem fim: o mundo vem sendo assolado por guerras, pestes, fome e medo. Muito medo.
Só nesse ano catástrofes de grandes proporções atingiram a China, Mianmar...agora, Viatnã e o Congo. Catástrofes estas provocadas por razões naturais, como os terremotos, ou pela interferência do homem em busca de mais e mais poder às custas da fome e da miséria alheia.
Essa semana a ONU pediu ajuda para tentar mediar de forma diplomática o conflito no Congo que tem raízes étnicas e políticas: os tutsi e hutus, estes últimos que participaram do massacre em Ruanda em 1994, estão novamente em conflito e a população em desespero, eis que estupros, saques, fome e morte estão por toda parte.
No início da semana passada, campos de refugiados que abrigavam cerca de 50 mil pessoas em Rutshuru foi saqueado e incendiado, tornando a situação mais caótica.
No sábado, no norte da Goma, os ministros francês e britânico, ao visitarem um campo de refugiados, se depararam com uma multidão de pessoas desesperadas: muitos tentavam sobreviver cozinhando magras rações de emergência, enquanto outros tentavam se proteger da chuva que caia na região, erguendo frágeis abrigos plásticos.
O caos tende a aumentar, já que agências de ajuda humanitária, como a OXFAM, anunciaram a saída de seus funcionários, voluntários e colaboradores da região, em razão da total falta de segurança para realização de seus trabalhos.
O que se questiona em um momento como este é o que poderá ser feito de forma efetiva, já que, a situação econômica mundial é dramática e em todo mundo, existe um caos generalizado e muitos que antes doariam dinheiro, remédios e roupas, hoje precisam de doações para a própria sobrevivência.
Só nos Estados Unidos já existem milhares de desabrigados e na Inglaterra muitos estão invadindo imóveis que estavam vazios, por falta de inquilinos capazes de pagar seus aluguéis, em troca de um teto, oferecendo aos donos do imóvel o pagamento das taxas e a conservação dos mesmos.
O momento está dramático em todos os lugares e continentes: o Brasil, ao contrário do afirmado pelo Presidente Lula, não passará incólume à crise, pelo contrário, milhares de pessoas já estão em férias coletivas. O medo maior é: será que muitas voltarão aos seus postos após essas férias forçadas em razão da crise?
O mundo pede ajuda e há quem acredite que a vitória de Barak Obama trará alívio ao caos econômico e porá o mundo nos eixos, mas há também quem acredite que essa vitória seria o prenúncio de uma Era mais e mais repleta de conflitos.
Afinal, os EUA é um país dividido por conflitos étnicos há anos e ao que tudo indica, existe muito louco por lá querendo acabar com a festa da provável vitória democrata, antes mesmo que ela tenha começado. Na semana passada, por exemplo, skinheads foram presos, acusados de planejar o assassinato não só do candidato democrata, mas também o assassinato de 88 pessoas e a decapitação de 14 afro-americanos!
E isso é assustador, já que organizações como a Kun Klux Klan, que prega ódio aos afro-descendentes, judeus e à todos que não se enquadrem no perfil ariano por eles defendido, age livremente dentro dos EUA!
Diante de tanto caos, medo e incerteza, talvez só nos reste rezar por um salvador que nos tire desse cenário de trevas e medo.

Artigo Publicado no O Globo On line em 03/11/2008 na coluna Opinião de Política Internacional
Shirlei Amaro Avena Weisz é advogada, professora universitária de direito e foi voluntária do Centro de Informações das Nações Unidas.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Matrix: a realidade e o mundo do faz de conta – perigo real: o caso da morte no mundo virtual e o casamento real com um ser virtual, no Japão.

O mundo vive hoje em uma Era de caos e medo. Não só pela recessão econômica mundial, mas também porque começamos a nos dar conta de que vivemos em um período, onde valores básicos como amor a vida, dignidade e respeito são cada vez mais raros.

O ser humano se tranca em seu mundo interior, pensando que sozinho, em uma ilha de solidão, ele pode viver em paz. E com isso, começam a surgir crimes no mundo do faz de conta com reflexo no mundo real ou casamentos no mundo real com pessoas do mundo do faz de conta.

Você pode pensar que eu estou “voando na maionese” como diziam antigamente, mas infelizmente não estou. Coincidentemente, os dois fatos acima, ocorreram no Japão:

No primeiro caso os avatares da mulher e da vítima se casaram no mundo virtual, em um jogo conhecido como Maplestory.

Acontece que o marido virtual resolveu se separar virtualmente da sua mulher nesse mundo do faz de conta, só que seu avatar foi “morto” por ela.

Bem, o dono do alter ego virtual, de 33 anos, acionou a polícia. E a dona do “alter ego” assassino, foi presa.

Segundo a polícia, apesar de a mulher não ter cometido qualquer agressão física contra sua vítima no mundo real, ela deverá ser indiciada por acessar ilegalmente um computador e manipular dados, pois, para matar a “vítima” no jogo Maplestory, a mulher roubou a senha do marido virtual. E pasmem, por causa disso, ela estará sujeita, se condenada, a uma pena de até cinco anos de prisão ou a uma multa de até cerca de R$ 12 mil.

Quem dera que aqui no Brasil, alguns homicidas ficassem tanto tempo na cadeia e tivessem uma facada tão grande no bolso, talvez crimes reais diminuíssem consideravelmente.

Em relação ao segundo caso, Taichi Takashita, japonês, residente no Japão, resolveu fazer uma campanha, lá nas terras do sol nascente, para poder se casar no mundo real com uma personagem dos famosos Mangá japonês.

Segundo Taichi, “ele não está mais interessado na terceira dimensão e vive muito melhor na segunda”. O problema é que como ele, pensam milhares de pessoas na terra do sol nascente!!

Fico pensando o que está acontecendo com mundo hoje? Será que viver no mundo da fantasia seja a solução para enfrentar os problemas do mundo real ou será que na verdade, o mundo real hoje está tão assustador que é melhor fugir dele ficando entre quatro paredes do que resolver enfrentá-lo?

Será que pessoas de carne e osso são incapazes de nos provocar emoções que nos façam querer estar, viver e casar com elas e por isso, só nos reste pedir ao governo que permita que nos casemos com seres virtuais no mundo real?

Será que realmente é melhor passar os dias trancados em nossas casas vivendo em mundo como o maplespace ou o second life e esquecendo que somos bem mais que avatares sem sangue nas veias?

Acredito que precisamos começar a cuidar de nossas almas se quisermos evitar que muito em breve, vivamos em uma Matrix de verdade, como aquela do filme, onde o mundo real é um caos horrendo e o virtual uma fuga quase que necessária.

Artigo publicado pela blogueira no O Globo On Line em 31/10/2008.


domingo, 12 de outubro de 2008

A LUTA PELA ESPERANÇA

Enquanto o mundo atravessa a pior crise financeira dos últimos tempos, passa pela minha memória um filme que se passa na época da Grande Depressão de 1929, chamado “A Luta pela Esperança”.
O filme é inspirado na vida do lendário Jim Braddock, antigo prodígio do boxe obrigado a se aposentar prematuramente depois de uma série de derrotas no ringue, quem o interpreta com grande maestria é Russell Crowe.
Quando os EUA entram nos anos negros da Grande Depressão, Braddock se vê obrigado a fazer bicos para sobreviver, mas sem jamais perder a esperança de voltar aos ringues. Um dia ele tem a oportunidade que esperava. Retorna aos ringues. E mais do que um pugilista se torna um símbolo para aqueles que lutam pela sobrevivência em meio ao caos econômico e social que se alastrava.
Braddock consegue o cinturão mundial, mas o que o movia naquela luta , não era ganhar o cinturão e sim poder manter a sua família em momento tão conturbado da história.
Hoje, fico pensando em quantos Braddocks devem existir no mundo, em meio a atual crise econômica, mas que ainda não foram revelados: só o tempo será capaz de trazer ao nosso conhecimento, o nome daqueles que hoje, “lutam pela esperança” de conseguir levar para casa o pão-nosso de cada dia, não tendo como fim o “cinturão da vitória”, mas sim que o caminho que os levam ao cinturão, consiga trazer luz e esperança para sua família e tantos outros, que tanto carecem de uma luz no final do túnel.