domingo, 20 de março de 2011

Coincidências

Estou sentada ouvindo a chuva que vem de fora. Lembro-me bem que em Israel raramente chovia...no inverno, em Jerusalém, garoava depois da neve. Pensei em Miami e a primeira vez que lá estive, cheguei logo após um furacão: postes tortos, pontes caídas, ruas interditadas, mas nada disso fazia com que as pessoas desistissem da vida.
Em Roma, depois de algum tempo hospedada no Hotel Invictus", muito bom por sinal - recomendo à todos, resolvi que iria a cidade de Pompéia, onde um vulcão assolou a cidade e matou sua população - muitos poucos habitantes conseguiram fugir de barco. Eu já tinha visto um bocado de ruína, igrejas, museus e teatros em Roma, mas nada tão colossal e "vivo" quanto Pompéia. Para chegar lá tive que pegar um trem para Nápoles e em Nápoles pegar um trem, esse último estava todo velho e estropiado, e saltar na estação Pompei Scavi".
Do trem até as ruínas menos de trinta minutos. Mas uma vez lá dentro, tudo o que você não quer é ir embora!A história daquele lugar está viva, em cada pedaço de ruína, em cada templo construídos para o deus marte, ou para as vestais...andei mais de seis horas ininterruptas ( no dia seguinte, levantar e caminhar era doloroso, mas nada que me impedisse de fazer meus afazeres.)
Parecia que tudo o que eu via e tinha visto se interligava. Algo me entrigava. Algo que nem os Glosadores, enterrados em Bolonha ( dio santo che cità ), conseguiriam codificar.
Pensamentos soltos...longe.
Quando estive em Paris pela terceira vez, eu me senti no Oriente Médio: comida halal por todos os lados, placas em árabe e no lugar de uma capela no aeroporto de Orly, havia uma mesquita...lá estava havendo uma nevasca,e olhando a neve caindo pela janela, tentava entender o que havia acontecido em Paris em tão pouco tempo. Afinal, tinha estado lá em agosto 2008 e eu estava em dezembro de 2010, logo, nem dois anos haviam se passado.
Pensei que ia ficar presa no aeroporto na Alemanha quando fosse ir para Portugal, "porque na Alemanha a nevasca estava bem pior", dizia minha amiga Angela,ao telefone, uma ragazza Italiana, meiga e muito engraçada.
Quando chegou o dia de sair de Paris, juro que me deu vontade de perguntar, o que tinha de realmente divertido para fazer por lá! Torre Eifel? Já conhecia e tenho medo de altura. Louvre? Prefiro os afrescos do teto às pinturas, e dessa vez fui lá e a Gioconda, ou Mona Lisa se preferirem, estava protegida por um vidro à prova de tudo e seguranças nem um pouco simpáticos: É que teve um insano que deu diversas facadas na Gioconda, há algum tempo atrás, e após a restauração, tiveram que protegê-la.
Arco do Triunfo?É só um arco sem graça! Mas c'est la vie! E lá fui eu para o aeroporto de Orly para viajar para Portugal com escala em Muniche. O avião atrasou quatro horas para sair e quando chegamos em Munique, eu comecei a pensar sériamente em estudar alemão...nevasca, cerveja quente e nada de chucrute ( acho que essa iguaria da culinária alemã só existe aqui! Lá ninguém sabe o que é chucrute), e eu me gabava de saber falar em alemão: 'guten tag" - Bom dia - e chucrute. É... tenho que aprender alemão, mas me ofereceram um curso de Russo! Parece né?Terei que aprender todo um alfabeto novo, justo eu, que para aprender o alefe-beit,o alfabeto hebráico, passei um perrengue danado! E eu estava lá em Israel, e portanto, tinha que falar de qualquer jeito!
Cheguei a Lisboa e o aeroporto ficava bem próximo de onde eu ficaria: "Lar do Areiro"- recomendo viu? Não só porque arranjei um gajo por lá, que além de lindo é um doce de pessoa, mas também porque o local é ótimo! Perto do metrô e de um ponto de Taxi.
Resolvi ao chegar ir à uma livtaria maravilhosa, comprar um livro de Fernando Pessoa. Amo Fernando Pessoa, estive no túmulo dele e do poeta Alexandre Herculano, quando fui à Belém me empanturrar de pastelzinho de Belém e assistir uma missa no Mosteiro de São Gerônemo: é lá que os dois grandes artistas estão enterrados. Estão lá também Vasco da Gama e Colombo (salvo engano meu,,,,não estava com muita paciência de olhar túmulos!
Nesse dia fui encontrar com amigos angolanos que estavam por lá...e me convidram para ir numa verdadera night angolana:recomendo muito que se você, ao ter a oportunidade de ir, vá, mas não leve menores de 18 anos, tá?
Aluguei um carro, e fui a Sintra Ou Xintra , como fala o pessoal de lá. Passei por cascais, lá se tem certeza que Deus existe! Em Sintra fui conhecer onde os pais do meu gajo moravam: uma cidade rural e pacata...do jeito que sou ansiosa, não conseguiria ficar nem uma semana por lá!
Mas a viagem valeu a pena. Pelo menos nesse mesmo dia fui a um Show de Fado, comi por mim e por todos que estavam conosco: no grupo tinha um chinês que era um magnata, desses que têm que viver mil anos, para gastar tudo que tem. Tinha que falar com ele em inglês, tenho uma sobrinha chinesa de 8 anos, mas tudo que eu sei falar é:Akon (Avô), Amá ( avó ) Atsó (bisavô ) e bussassa ( bagunceira ).
Nesse dia lembrei muito de um amigo da ONU, que conheci na UNICRIO - o Gular, ele trabalhou no projeto Rondon, aliás, de história sobre esse projeto eu estou cheia. Parece que todo mundo que eu conheço trabalhou lá!
Bem, mas voltando ao Gular...ele era um livro de Hitória ambulante, e sempre dizia que o melhor de estar na ONU era servir ao próximo e conhecer o mundo. O meu colega chinês, disse que o bom de ser rico é que você pode viajar para onde quiser na hora que quiser, e que normalmente em hotéis principalmente, as pessoas só faltam o carregar no colo! Falei com ele que vi os guerreiros de Shian e que fiquei impressionada.Ele me recomendou um livro, que em portugês chama "O Livro do Imperador amarelo"...aí eu lembrei de outro amigo: O dudinha, administrador de empresas que morou na China por três anos - Ele fala mandarim fluentemente, mas disse que lá existem mais alfabetos.
Indo às missas na Europa - que são meio fúnebres, lembrei do padre Paulo, amigo meu de longa data, foi o Reitor do Anchieta quando estudei por lá, contou-me outro dia que ele estava na posse do Kennedy, quando ele fez um famoso discurso, muito parecido com o discuros de Mather Luther King, que ele também conheceu pessoalmente: "I have a dream(...)" e começou a se empolgar e a contar os detalhes. Fiquei olhando para ele embasbacada! Ele jamais tinha me contado isso!
Aí hoje, chega o Obama e me lembra de todas essas coincidências da minha vida...quando estava em Israel o Bush esteve lá. O vi...mas quem disse que eu fazia questão?E ao ver Obama com em seu discurso discreto, de quem não quer se comprometer com alguns assuntos, juro que lembrei do Padre Paulo, e longe de pensar que o sonho chegou, comecei a refletir sobre as coincidências da vida; nós presenciamos momentos únicos e nem nos damos conta da importância do evento.
Por falar em evento, hoje aconteceu uma coisa engraçada, minha mãe omeçou a contestar o "ser voluntário"...eu citei a Bíblia, tentei fazer entender que Deus nos chama para sermos diferentes, para consagrarmos nossas vidas a buscar caminhar no caminho do bem e da santidade sem esperar nada em troca.Ela não aceitou meus argumentos, mas na missa, durante a homilia, o padre disse exatamente o que eu disse ( coincidência?), e ao olhar para mamãe ela estava espantada e vermelha.
Já presenciei desastres naturais, atentados...já sobrevivi à um pouso de emergência - uma ave entrou na turbina - lindo não? E talvez por isso eu não acredite em coincidências. Acredito sim em sicronicidade.
Essa sincronicidade me levou à Petrópolis, onde morei por quase dez anos (não ininterruptos...afinal prefiro andar com mochila nas costas ), e encontrar com pessoas maravilhosa no Grupo SOS Vida, que trabalha com portadores do vírus HIV e toxicômanos. Passei um dia abencoado com eles...eles estão passando por um momento muito difícial e eu, quero ajudar. Por quê? Porque eu recebi "um chamado" por assim dizer, quando vi o que estava ocorrendo com a instituição. Eu posso e quero ajudar. Tenho conhecimentos suficiêntes para fazer com que as bençãos de Deus nos ajude para enfrentar esse momento difícil. O mais engraçado foi que quando saía da Igrja que fica perto da Organização, vinha entrando Frei César. Frei César é uma das pessoas mais maravilhosas que conheço. Ele estava no Sul e agora vltou para Petrópolis. Quando nos vimos, os dois ao mesmo tempo saímos do carro e nos demos um forte abraço. Ele perguntou por cada um de minha família. Pediu que quando eu fosse a Petrópolis eu fosse lá conversar com ele. Enfim, coincidência? Sicronicidade: quando você tem um desejo bem forte e verdadeiro e compatilha com os demais, Deus coloca no nosso caminho pessoas e situações e nos faz lembrar ( Anohi )eu sou seu Deus e como seu Deus tudo é Maktub ( que em árabe siguinifica está escrito ). Eu sei de suas veredas e sondo as verdades do seu coração, tudo que acontece contigo não são meras coincidências, são sinais para seguir em frente "ainda que vier nuvens passageiras e a cruz pesada for Deus estará contigo, o mundo pode até, fazer você chorar, mas Deus te quer sorrindo.
Termino com um Inshalá que em árabe siguinifica se Deus quiser ou prosperidade, com um belo Baruch Ashem que em hebraco siguinifica "graças a Deus" e Paz e Bem para todos vocês.
E antes de assinar esse blog, vejo que sou realmente uma pessoa abençoada, tenho tantos amigos! E desejo à todos eles do fundo do coração, que as Bençãos do Pai Maior recaiam sobre todos vocês.

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