sexta-feira, 26 de agosto de 2011

No Jardim das Borboletas



Existe um “anjo” na minha vida que hoje me falou sobre Mario Quintana e o seu “jardim das borboletas”. Comecei a refletir sobre o que esse “anjo” falou e percebi por um instante meu “casulo”.
Pensei em Deus e tudo que me veio foram as palavras que abaixo escrevi.... Espero ter entendido o que “o anjo” quis dizer...obrigada amigo Cal. Que Deus te abençoe e que os jardins que cultivarmos em nossas vidas sejam um chamariz de “borboletas” a iluminar o horizonte dos nossos olhos.
Bem, a minha reflexão foi mais ou menos assim:
Deus... Eu sequer sei Seu nome. Sequer entendo Sua natureza. Tampouco sei se a Sua existência é real...aliás, eu nem sei se “eu” sou real: diante das novas descobertas da ciência a probabilidade de existência humana é tão remota, que chego em alguns momentos, a acreditar que estou presa em uma Matrix.
Hoje, mais um dia se passou e eu deixei minha alma falar mais alto, tentando compor o dia com uma atmosfera de amor. Mas teve uma hora que eu senti ódio, culpa...medo, desespero e, todas essas coisas que me fazem ser um ser humano...então eu percebi o quanto a minha humanidade me machuca.
Na verdade a dor de estar presente dentro de um “casulo” que muitos entendem ser a única coisa que existe, é tão insuportável tem horas, que paro. Olho ao redor. Passo a mão pelos cabelos, tentando buscar em alguma parte, presa, cá dentro, uma razão para estar aqui.
Lembro da oração de São Francisco e tudo que me vem a mente é que talvez São Francisco não fosse desse mundo...Afinal, viver a vida transformando sentimentos ruins em bons é simplesmente fugir do mundano. É negar a própria parte humana que nos faz olhar nos olhos do outro e ficar mudo. Não por falta de palavras, pois elas surgem, mas por ver nos olhos do outro aquilo que você mais repudia em si mesmo.
Amar o outro é ser capaz de amar a si mesmo. Quem não ama a si mesmo, jamais será capaz de amar o outro. E por isso, exercitar a visão para ver só o bem nos olhos de quem você olha, é o mesmo que aceitar a sua própria humanidade...É ter compaixão consigo mesmo e com o próximo. É entender as próprias limitações e por isso, aceitar que o outro, assim como você, é limitado.
Nem sempre que você amar será amado: o mais provável mesmo é que você sequer seja compreendido, pois compreender é uma dádiva dos “deuses”, e você, não é um “deus em miniatura” e tampouco o outro o é.
Agora, se em algum momento dessa sua passagem mundana, você amar e for amado, então, regogise-se! Alegre-se! Porque você alcançou o Infinito e já não há em ti nada que te faça permanecer como um simples ser humano.
Sim. Você vivenciou o que é amar e ser amado. Você vivenciou o olhar o outro com olhos “bons” e ser olhado de volta com os mesmos olhos... Já não há nada que te faça sentir preso em um “casulo”, pois o “casulo” se rompeu e você virou uma borboleta em meio a um jardim de rosas.
Você cultivou as rosas ao transformar seus sentimentos de forma a só ver o bem no outro...Você rompeu o casulo que te impede de voar em meio ao jardim que cultivou, com tanto empenho.
Transformar a si mesmo é a melhor coisa que você pode fazer na vida: quando você se transforma o mundo se transforma. E mesmo que você esteja numa Matrix e se sinta só, sem compreender se existe um Deus que te faça companhia, ou se tudo que há é a Matrix que você vive, a liberdade de voar como uma borboleta em meio as rosas que você cultivou jamais poderá te ser tirada.
As rosas são suas. A borboleta é você...e no jardim existe mais borboletas, atraídas pelo perfume das rosas que você cultivou ao transformar a si mesmo.
Pensem nisso. Uma ótima semana!

Shirlei Amaro Avena Weisz

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